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16. Hawke

O percurso durou mais tempo do que previam, Donnic e Thrask acharam por um minuto que o guia canino estava seguindo uma pista falsa, já que iam cada vez mais a fundo sem objetivo. Entretanto, finalmente alcançaram os confins da Cidade Escura, no que parecia os pontos mais baixos dos pavimentos da cidade. Estavam diante de um bueiro, que dava acesso ao que parecia uma galeria de esgotos instalada em um antigo duto que conectava minas ferríferas da região.

“É aqui mesmo garoto?” -A humana questiona seu sócio animal que confirma imediatamente com uma sequência de latidos enérgicos.

“Uma entrada aos esgotos… será que vieram se esconder aqui?” -Thrask perguntava retoricamente, parecia preocupado enquanto tentava pensar com clareza. “Eles tinham muitas crianças e alguns idosos consigo.”

“Provavelmente estavam sendo perseguidos.” -Hawke conclui para o marcial. “As piores opções se tornam as melhores nessas horas.”

Ser Thrask disse que ouviu que os marciais vinham capturá-los, devem ter fugido com medo.” -Donnic relembra das informações de mais cedo.

“Como saberiam que eles vinham em sua captura? Descobri ainda cedo no quartel e imediatamente fui a delegacia pedir assistência.” -O senhor ruivo indagava confuso aos comparsas.

“Uma comitiva Marcial não é exatamente discreta, imagino que não sejam os únicos grupos de alquimistas que precisem escapar das mãos deles, devem se abrigar aqui.” -A campeã se agachava para observar a entrada da galeria, estava fechada por uma tampa de ferro a qual ela tateava e depois desprendia, empurrando-a ao lado, usando apenas uma de suas mãos.

O barulho do metal arrastando pelo asfalto do chão frio, inferia o peso daquele objeto, mesmo assim, não era obstáculo para a força da guerreira.

“Por sorte ou azar, a Ordem dos Marciais não gosta de ninguém que não pareça seus templos, imagens e missas, daí não tem ajuda de animais bons de faro.” -A menção ao companheiro arrancou um latido doce de aprovação de Roy.

“Se estiver certa messere, haverá mais de um grupo de cidadãos escondidos e com medo aí dentro.” -Thrask olhava diretamente para Hawke, considerando fortemente a conclusão da mulher.

“Devemos pedir apoio?” -Donnic lançava ao ar a questão, buscando concordância do restante do grupo.

A mulher sabia que se tratava de uma situação delicada, todavia mostrava-se o melhor cenário possível para buscar informações, se sua hipótese estiver correta, ali estariam reunidos diversos grupos de alquimistas da Cidade Escura e possivelmente, alquimistas de sangue que saberiam ou estariam envolvidos nos incidentes recentes. Ela também sabia que isso era igualmente perigoso, pois seriam muitas pessoas de uma só vez, potencialmente mal-intencionadas.

“Talvez… mas, não para falar com eles.” -Hawke se levantava novamente, enquanto olhava diretamente para seu cachorro. “Fique aqui com eles garoto, vou entrar.” Em seguida, ela entregava a correia de seu cão para Donnic e embora o cão estivesse solto há algum tempo, o gesto significava ao parceiro canino que ele estaria sob tutela do guarda citadino.

Serah Hawke, não acho que seja algo prudente.” -O guarda tentava interceder na decisão da mulher que parcialmente o ignorava.

“Ele está certo messere, por mais que não queira esperar outros guardas, podemos prosseguir juntos para segurança, inclusive dos civis.” -Agora o marcial unia-se a Donnic para argumentar.

“Se eles estiverem mesmo se escondendo, a última coisa que vão querer ver é um marcial.” -Hawke olhava em volta enquanto concluía. “Se forem alquimistas de sangue, podem atacar primeiro sem aviso e nós não usamos anti-lírio feito você.” -O argumento era poderoso o bastante para colocar os homens em reflexão novamente. “Esperem aqui fora, escondidos para não serem encontrados pelos outros marciais. Eu vou entrar como uma civil qualquer, apenas entender o que se passa e volto.”

Donnic e Thrask quiseram protestar mais uma vez, mas não o fizeram, de certa forma sabiam que estar na compania de Hawke os levaria aquele tipo de situação e ela estava lá justamente por isso. Suas capacidades individuais de sair inteira e seu tato para resolver problemas eram, no mínimo, respeitadas. Naquele momento não queriam pensar em como ela faria isso, apenas se entreolharam e assistiram a mulher sagazmente descer pelo buraco redondo no chão. Os “sujeitos da lei” cobriram a área em volta junto ao cão, garantindo que o local permanecia deserto. Por fim, encontraram refúgio em uma tenda de frutas que parecia ter saudades das feiras movimentadas de alguma época antiga.

A mulher alcançou o piso sem fazer barulho, havia uma tosca escada que levava até metade do caminho e o restante era uma queda direta, haviam diversos colchões colocados prontos para receber quem descesse para a galeria. Ela imediatamente tomou postura e aproximou-se de uma das paredes daquela passagem subterrânea, observou em volta e prosseguiu, a iluminação era praticamente nula, sendo possível enxergar apenas as silhuetas locais. Afrente, alguns clarões incandescentes iluminavam algum lugar que ela não conseguia ver com nitidez, entretanto Hawke sabia que entre as possibilidades da alquimia, criar uma iluminação provisória era bastante simples. Ela, por sua vez, tomou seu aparelho celular e usou o visor para iluminar minimamente seu caminho.

O cheiro era desagradável e as paredes eram úmidas e modorrentas, mas aparentemente não havia fluxo de esgotos por todos os dutos, com isso em mente a campeã buscava caminhos mais secos, tanto pela ideia de fácil locomoção dos grupos de pessoas, quanto a facilidade de evitar rastros de pegadas. O lugar era bastante labiríntico, mostrava sinais de abandono em diversos trechos e a mulher desviava vez ou outra de gotas formadas pela umidade extrema no teto, alguns pedaços dos blocos de concreto que formavam as galerias já haviam cedido, impossibilitando algumas passagens fazendo a mulher tomar outra rota, seu senso de direção era ótimo e isso reduzia parte das possibilidades de se perder.

O primeiro sinal de companhia veio finalmente com o som de passos e cochichos baixos, a guerreira humana se apressou para tomar o rastro de quem quer que fosse a frente e ocultou-se ainda mais. Ela dispensou a iluminação de seu aparelho celular e cuidou para tornar-se ainda menos audível. Era um grupo pequeno de pessoas, duas moças, uma maior e uma menor e junto a elas, um garoto, pequeno também. Talvez uma mãe e dois filhos, ela conclui por conta própria.

O trio não desconfiou de sua espreitadora e seguiu seu caminho, estavam visivelmente apreensivos e carregavam uma lanterna potente consigo que era manuseada pela figura mais velha, os menores agarravam-se à sua saia simples e surrada e tilintavam sempre que pisavam em algo insólito.

A campeã pôde ver uma das esquinas a qual o pequeno grupo rumava, que estava clareada por uma luz afável e os três chegaram lá sem demora, a moça mais velha trocou algumas palavras com um tipo jovem que se mostrara, Hawke conseguiu ouvir, mesmo que com dificuldade que a mulher identificava a si mesma e as crianças. Por acaso eram seus irmãos mais novos. Hawke se viu por um instante naquela pessoa e pôde ver Carver e Bethany por um momento, acuados, segurando suas vestes. Ela chacoalhou sua cabeça com energia e voltou a atenção a realidade em sua frente. A garota e os menores que a acompanhavam tiveram sua passagem assegurada e o jovem permaneceu no seu posto de guarda, agora a campeã precisava pensar em como fazer o mesmo.

Não foi uma solução genial, um pouco boba, qualquer outro diria. A mulher lançou uma lasca de pedra fria e úmida desprendida da construção na direção perpendicular de onde estava, jogou de tal forma que a pedra atingiu diversas vezes o chão encharcado rumando até um fundo distante, o barulho se assemelhou a alguns pisões no duto com fluxo de esgoto e o rapaz que guardava a passagem não teve opção outra se não se adiantar para tentar entender o que se passava. Hawke esperava na primeira esquina, oculta sobre a sombra, o garoto por sua vez iluminou o caminho de onde vinha o barulho e o outro ao lado, onde estava a campeã, ele também possuía uma potente lanterna que alcançava distante na penumbra. Felizmente, a campeã estava pendurada em um apoio de ferro para fios que deviam estar ali, no alto do duto, também se esgueirava com um dos pés em uma cicatriz da parede grande o suficiente para prender o bico da bota que usava. O rapaz apenas procurou olhando para frente, não para cima, garantindo a invisibilidade da espreitadora, sem insistir muito ele se virou para o rumo do barulho, mesmo com receio de uma armadilha, avançou depressa. Esse tempo fora mais que suficiente para Hawke cair do teto e inaudível, e passar por traz do sentinela. Sua índole audaz fez com que ela apenas andasse em linha reta pelo caminho de onde o rapaz saiu, triunfante.

O palpite foi certeiro: havia uma espécie de salão subterrâneo para reuniões e testes em máquinas de escavação. Um lugar com espaço o suficiente para respirar e lá estavam dezenas de pessoas, refugiadas de uma provável empreitada de caça marcial. A campeã chegou com cuidado para não chamar atenção, se aproximou com cautela de um dos grupos e depois de outro, haviam alguns bancos de plástico, esteiras ou lonas forradas no chão, para as famílias sentarem. Algumas crianças dormiam no colo dos responsáveis, outras brincavam e corriam recebendo vez ou outra uma advertência por conta da agitação. Hawke os acompanhava visualmente com carinho, mas concentrava sua audição as conversas dos adultos, era importante para a humana identificar o que de fato passava-se ali. Majoritariamente o lugar estava repleto de humanos, mas haviam alguns poucos anões ali. Elfos e qunaris, por sua vez, faziam-se ausentes. Em relação aos qunaris era de praxe, mas os orelhudos não estarem ali mesmo sendo vistos por todo o distrito soava curioso. Algumas das pessoas olhavam para a campeã, mas a esqueciam logo, davam mais atenção ao fato de estar sozinha do que a sua aparência. De fato, todos os conjuntos de refugiados pareciam famílias inteiras, com seus trapos e garantias de sobrevivência e ela, não trazendo nada consigo parecia uma verdadeira turista. Quando se deu conta disso, Hawke passou a andar um pouco menos e reparar mais nos tipos, havia um homem elfo tatuado solitário a qual podia-se esperar a mesma coisa que ela, seu olhar invocado valia a suposição de que ele também estava à procura de algo.

A mulher poderia ficar ali por algum tempo, mas precisava prospectar alguma informação antes que algo pudesse acontecer ou mesmo a situação se resolvesse e o grupo partisse em debandada. Ela logo tentou contra um grupo de mulheres de certa idade, acompanhadas de algumas crianças adormecidas.

“Olá, por gentileza, procuro por Emilia, por acaso a conhecem?” -Hawke tentou parecer cordial e inocente ao mesmo tempo, recebeu um balanço horizontal de rosto combinado com um olhar cansado como resposta.

Tentou com um outro, um grupo mais jovem, com um rapaz de prontidão, e uma resposta similar veio. Hawke tentou outro grupo e outro, ela imaginou que a insistência poderia chamar atenção indesejada, mas já parecia inevitável e prosseguiu. Logo foi abordada por uma mulher humana, de idade, que levemente a tomou um dos braços.

“Venha cá messere, procura por Emilia?” — A fala arranhada entregava a faixa etária da senhora e a campeã teve que se segurar para não ter uma reação primal em resposta.

“Sim, é a senhora?” -A campeã se virou, desconfiada, não gostava de ser tocada subitamente por quem quer que fosse, mas não estava em posição de encontrar confusão e muito menos desejava conflituar com uma pessoa de idade. Ela usava roupas surradas, mas um bonito véu que não deixava lhe cobrir o rosto, o barulho feito pelos seus movimentos entregava que ela usava pulseiras com miçangas que deviam significar algum símbolo de proteção. Apetrechos arcanos, a jovem campeã bem sabia.

“Sou eu messere .” -Outra mulher se identificava, mais jovem que a senhora anterior, cabelos ruivos a altura dos ombros, lembrava Thrask, qualquer um diria.

“Hmm, olá… Messere. Vim por pedido de Ser Thrask, estive em sua casa, mas não encontrei ninguém por lá.” — Hawke pausava por um segundo para seguir com clareza. “Na verdade, não encontrei mais ninguém pela cidade desde então, fiquei sabendo que as pessoas estavam se encontrando aqui e vim procurar.” -A mulher falava o suficiente para não causar pânico desnecessário, claramente era parte da história, ela sabia, mas precisava confirmar o que se passava imediatamente.

“Oh, Thrask, ele prometeu nos ajudar, mas parece que nos entregaram, não quero acreditar que foi ele.” -Emilia completava, falava agora diretamente com Hawke que se sentava com elas em uma esteira colocada ao chão, a senhora mais velha voltava ao lado de Emilia onde haviam diversos pequenos que os circundavam.

“Não acho que foi Thrask, na verdade ele veio me procurar com receio de que estivessem vindo buscar especificamente vocês especificamente.” -Mais uma vez a campeã se sentia compelida a fazer algum julgamento sobre outra pessoa, coisa que ela não gostava de fazer, afinal, o que a garantia que Thrask fosse mesmo um aliado? Tinha apenas como base as palavras de Carver e seu bom julgamento.

“Nós? Mas não fizemos nada, eu e minha mãe só cuidamos das nossas crianças.” -Emilia tentava inocentar a si e a sua prole, mas Hawke conhecia o suficiente sobre alquimia e sobre as implicâncias dos marciais, precisavam de uma mínima desculpa para impor seu poderio truculento.

“Eles buscam alquimistas e também qualquer criança ou jovem que possa vir a despertar, não querem muito saber quem é quem. Acho que Thrask não deve concordar muito com isso e por isso tenha tentado ajudá-los e a outros.” -Ela queria acalma-la do jeito que podia. “Olha, de qualquer forma eles não devem achar esse lugar, muito menos querer descer aqui tão já para procurá-los. Se tivermos paciência, podemos tirar vocês todos e levá-los em segurança para onde quer que queiram ir.”

“Oh, ouviu isso mamãe?” -Emilia falava a senhora de antes, confirmando seus laços de parentesco.

“Como souberam da vinda dos marciais Emilia?” -Agora a campeã arriscava finalmente alcançar seus objetivos.

“Decimus é encarregado de observar e alertar as famílias no caso de suspeita de invasão marcial.” -Emilia sentia-se mais confiante em conversar com a mulher, talvez pela sua promessa de ajuda.

“Decimus? Encontrei algumas pessoas no caminho, pareciam não ter sido avisadas.” -Hawke atentava ao uso da palavra “invasão” e de como seria essa estratégia de alerta coletivo.

“Ah, ele tenta avisar a todos, mas nem todos vem, os elfos não costumam se misturar conosco também.”

A última informação foi como uma faísca para a campeã e sua intuição, porém quis saber mais sobre o recolhimento de emergência antes de, por fim, perguntar por Danarius.

“Já pensaram em usar megafones ou algo do tipo? Rádio? SMS de celular? Sabe, tecnologia tá aí pra isso.” -A mulher olhou em volta enquanto falava, como quem soltava ideias ao vento, Emilia sorriu com as propostas de uma inocência boba, mas que lhes tinha boa intenção. “Talvez uma comunicação usando alquimia?” -Hawke concluiu.

Essa última veio como uma pedrada. Emilia percebeu que a mulher não era ingênua e se fez em guarda por um instante.

“Sim, uma de nós é responsável pelo contato com ele e os marciais não tem como rastrear os sinais espirituais.” -Emilia se entregava enfim.

“Pois usam anti-lírio, muito bem pensado.” -Hawke segurava o queixo com uma das mãos, pose ideal de uma investigadora. “Bom, não é como se eu não soubesse que vocês são alquimistas, vim oferecer ajuda justamente por isso.” -A conclusão confortou novamente Emilia, que não escondeu seu alivio.

“Conseguem conversar entre si?” -A campeã prosseguira em sua investigação, buscando uma maior compreensão do fenômeno.

“Sim.” -Emilia levantou a manga de sua blusa, no braço esquerdo é possível ver um símbolo gravado com tinta. “Fazemos esse símbolo para conectar pensamentos, conseguimos transmitir uma mensagem se pensarmos claramente no que queremos dizer, é preciso treino, mas funciona muito bem. Chamamos de conexão espiritual interligada.”

Uma oferta de ajuda foi o bastante para conseguir tanto, essas pessoas estão mesmo assustadas, pensou Hawke. Perguntar abertamente sobre o alquimista de sangue que ela procurava parecia ser a chave, porém poderia se espalhar facilmente através dessa conexão espiritual e espantar permanentemente o alvo, ela precisava ter cuidado. Além disso, Emilia poderia não saber de mais nada, deixando a busca da campeã em um beco sem saída. Hawke precisava de alguém mais crucial para o esquema, por sorte foi pescada de seus pensamentos por sua interlocutora.

“Grace está vindo conversar com você… messere…?” -Emilia finalizava em tom de questionamento, ambas perceberam que a campeã não havia se apresentado.

“Hawke.” -Respondeu de prontidão, pensou por um segundo que seria mais seguro guardar seu nome de família. Hawke era o nome herdado de seu pai e mais ninguém em sua casa o utilizava, dando-a um trunfo de anonimato importante. “Grace seria uma pessoa?”

“Sim, ela é a responsável pela comunicação espiritual, talvez possa te ajudar, Hawke.” -Emilia tinha agora um sorriso fácil. Junto a sua mãe, as duas se mostravam pessoas muito simples que ficavam felizes em ajudar como quer que podiam. Enquanto esperavam, a campeã se distraiu com os pequenos e alguns elogios recebidos da senhora mais velha.

Grace demorou alguns minutos para vir ao encontro do grupo, por algum tempo Hawke ficou apreensiva, mas logo aquietou-se na companhia dos demais. Grace era uma mulher dos seus trinta anos, cabelos castanhos claro à altura do queixo e olhar esbravejado, vestia uma túnica comprida com certa finéze, também possuía uma tatuagem na lateral do rosto, pouco acima da sobrancelha esquerda, certamente com intuito alquímico. O visual era de se esperar de uma arquimaga ou algo do tipo, realizou a mulher.

“Você deve ser quem quer saber de nosso grupo e oferecer ajuda.” -Ao contrário das demais, Grace já parecia do tipo desconfiada.

“Um pouco do primeiro, mais do segundo.” -Escolher bem as palavras seria crucial para a campeã.

“Sim Grace, messere Hawke pretende nos ajudar, ela conhece Ser Thrask, e ajuda apóstatas como nós!” -Emilia intermediou com energia, soando como pacificadora.

“Ser Thrask… já ajudou muitos iniciados a conseguirem novos lares longe de Kirkwall, longe do Círculo.” -A campeã estranhava a última menção, já havia ouvido o nome alguma outra vez. “Devem saber que estamos sendo perseguidos.”

“Há uma movimentação grande entre os guardas e marciais da cidade, a atividade de alquimistas de sangue tem aumentado e para associarem a qualquer outro alquimista que não esteja registrado, é só um pulo.” — A campeã demonstrava seriedade.

“Sim, e a Chantria os está pressionando, eles querem bodes expiatórios, por isso escondemos todos aqui.” -Grace completava por Hawke.

“Nem todos, a maioria dos elfos ainda está lá em cima.” -De fato, entre as cinquenta ou sessenta pessoas que se refugiavam, só naquele “hall” que se encontravam, haviam apenas três elfos, duas eram garotas e o último, um rapaz com tattos e aparência suspeita que lhe chamou atenção anteriormente.

“Eles não conseguem deixar de lados suas desavenças conosco e os marciais…”

“Eles serão alvos fáceis!” -Hawke levantava a voz, de fato, os elfos seriam os escudos a serem atropelados pela comitiva sedenta que vinha em sua captura.

“Infelizmente é um risco que eles querem correr.” — Fria, Grace completava imbuindo que os elfos eram os únicos responsáveis por seu destino.

“Isso é um alerta, uma comitiva marcial foi avistada na quadra dos comerciantes próxima a entrada B. São pelo menos cinco, esperem o meu sinal e fiquem em guarda para possível conflito.”

A voz ecoava diretamente na mente de Hawke, o que não fazia o menor sentido já que a marca alquímica mostrada por Emília não havia sido gravada em sua pele. Hawke conclui que deveria haver outro tipo de padrão de contato já que aparentemente todas as pessoas presentes receberam a mesma mensagem. Por hora, a campeã deixou sua desavença recente com Grace de lado, pois a descrição do local dada pela voz sugeria o local que deixara Roy, Donnic e Thrask, deixando-a apreensiva. Provavelmente os homens seriam capazes de evitar um confronto direto, mas cinco marciais seriam difíceis de despistar e mesmo que conseguissem, colocaria o ruivo e a guarda civil em situação delicada.

“Decimus deve querer que os alquimistas capazes se juntem para uma possível defesa, você deve se juntar aos demais, Emilia.

“Não posso deixar as crianças e mamãe sozinhas Grace.” -Emilia temia pelos seus enquanto suplicava distancia de um embate. “E eu não posso ser útil contra marciais!”

“Suas couraças antí-lirio não são cem por cento eficazes contra transmutação vital, há outras pessoas aqui, sua ajuda é indispensável.”

Por fim, eram alquimistas de sangue mesmo, pensou a guerreira. Estavam em guerra contra a inquisição marcial e colocando os elfos em fogo cruzado, mas também estavam protegendo suas famílias. Hawke não gostava das meias verdades, mas conseguia se compadecer da situação da jovem mulher, já que o que lhe fazia tanto significado, estava em risco.

“Ela precisa proteger sua família Grace, posso defende-los no lugar dela e sem usar alquimia de sangue.” A mulher se prontificava a substituir a alquimista enquanto convenientemente tomava partido no conflito. “Servi como guarda da fronteira durante quatro anos e sou mais forte que qualquer homem vivo nas trilhas livres.” -Hawke não tinha costume de enaltecer a si mesma, seu olhar estava em chamas e não havia tempo a perder.

“Devemos mesmo confiar em alguém com tanta boa vontade para nos ajudar? Nós, alquimistas inimigos públicos?”

A campeã riu com malícia.

“Não parecem que estão em posição de recusar, me leve até esse Decimus”.

Nota do Autor

Anti-Lírio — São matérias (inicialmente encontradas no mundo natural, posteriormente fabricadas pelas pessoas) de funcionalidade semelhante, porém oposta ao lírio. Enquanto o lírio tradicional (ou lírios dos sonhos ou mesmo Pétala Branca) tem função de catalizador espiritual para a alquimia, o anti-lírio age como inibidor, dificultando e muitas vezes impossibilitando a conexão espiritual com o mundo dos sonhos. Ele se manifesta na natureza como um mineral presente em rochas (especificamente o Alumínio) e rapidamente foi descoberto pelos anões e passou a ter aplicabilidade econômica e tecnológica (o anti-lírio/alumínio é usado nos dispositivos eletrônicos comumente em Thedas, por esse fato a alquimia tem pouca influência nos aparelhos tecnológicos). Com o contato comercial próximo dos anões e humanos, conseguir o material para uso humano tornou-se bastante simples e sua capacidade de combater a alquimia tornou-se chave para o uso marcial. Suas vestes (uniformes de combate) possuem grande abundância do mineral em sua composição tornando-os imunes a transmutação direta (ainda podem, teoricamente, ser atingidos por coisas “fabricadas” por alquimia) e é o trunfo dessa organização para o controle dos alquimistas.

O uso do Alumínio veio da necessidade de precisar nomear o anti-lírio como algo presente no mundo de Thedas e ao mesmo tempo viável do nosso próprio ponto de vista contemporâneo, assim como precisava de algo que justificasse o poderio Marcial (além da religião e das instituições que eles controlam) sobre os Alquimistas (que, teoricamente, detêm muito poder) eu precisava de algum elemento da natureza que pudesse fazer uma contrapartida bacana com a fantasia de “uma planta que tem poder espiritual”, a resposta veio depois de bastante conversa com diversos amigos (com várias sugestões como Selênio, Silício, Prata, etc, além de elementos fictícios como o Adamantium) e cheguei a algo que me agradasse, um composto químico relativamente comum, com super condutividade (que justificaria o uso nas tecnologias) além de efeito inibidor de crescimento de plantas e que sua exploração precisasse de bastante mineração (os anões então). O Alumínio veio como luva.

Círculo — São edifício criados como uma espécie de detenção para alquimistas considerados perigosos, renegados ou mesmo apostadas capturados. Possuem diversas unidades ao longo do mundo e estão presentes próximos (geograficamente afastados dos conglomerados urbanos) em todas as nações de Thedas. É literalmente uma penitenciária para alquimistas, mesmo que muitos deles trabalhem nesses lugares, convencidos de que essas unidades são necessárias para o equilibrio do mundo. Os círculos (Circle of Magi no original), vem dá história original de Dragon Age e tem a mesma funcionalidade.

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